domingo, dezembro 31, 2006

Impostos

Um dos mais badalados temas - a fuga aos impostos - altamente discutidos, debatidos, dissecados e escalpelizados vem de novo à baila. O Governo pretende acabar com a prescrição das dívidas nesta matéria, podendo assim receber os impostos de qualquer maneira, precavendo-se de qualquer situação que leve a dita cobrança a ser efectuada num período de tempo mais alargado que o inicialmente proposto.

Os que criticam a falta de agilidade na cobrança de impostos vêm agora dizer que cada vez mais se retiram direitos aos contribuintes. Rematam o raciocínio com o habitual argumento que o Estado não cumpre e como tal não pode ser tão exigente.

Sugerem então o quê meus senhores? Vamos protelar a situação até vir um Governo na verdadeira acepção da palavra, cumpridor? Dado que o Estado não cumpre, vamos deixar a malta fugir aos impostos sempre que lhes der na real gana? Não deixa de ser interessante que cada vez que surge uma medida no âmbito da cobrança de impostos venham os arautos do fatalismo reclamar o incumprimento do Estado. Uma espécie de tudo ou nada que vai de encontro apenas com os ideais utópicos desta gente.

sábado, dezembro 30, 2006

Politiquice

Ainda sobre a dita convergência (ou melhor, a falta dela por motivos de pura carolice): no Expresso de hoje Miguel Coelho (PS) sai-se com um: " (...) fazer o essencial que é combater a maioria."

Embora pareça perfeitamente normal alguém que faça parte da oposição ter este tipo de discurso, penso que é exactamente este tipo de egoísmo embebido de orgulho cego que mina a política em Portugal e consequentemente, todos nós. Dizem imediatamente os pseudo-defensores do saudável debate de ideias que é essencial ser combativo e exigente com o poder, para que este não se sinta à vontade para fazer o que quer como bem entende. Não quero com isto dizer que a oposição tem que ser um bando de ovelhinhas sempre a dizer "Sim, Sr. Dr., como o Dr. quiser" mas que uma vez na vida, ponham o orgulho e os ideais na gaveta e olhem um pouco que seja cá para fora. A sensação com que às vezes fico é que os debates existem para que no fim um dos lados possa dizer: "Eu ganhei." E o resto que se f*%&!rz

Não estou a descobrir a pólvora bem sei, mas esta foi para mim uma semana impregnada do nacional-fatalismo para o qual a minha paciência é cada vez mais diminuta.

A Frase

"(...) se este jornal, ou este noticiário, me diz que isto é bom... é provável que tenha segundas intenções. Se, pelo contrário, mantiver o tom crítico, será aceite como independente."

Escrito por José Alberto Carvalho na Única, ilustra bem o modo de pensar de um país onde se desconfia de tudo e mais alguma coisa e ao mesmo tempo a trafulhice passeia-se alegremente à beira-rio. Entretanto, a palavra convergência foi banida do dicionário a long time ago...
Frases como: "É o país que temos" ou "Isto só em Portugal" desculpem-me, mas não resolvem porra nenhuma.

Lembrando uma célebre música dos The Weasel: "Toda a gente critica, toda a gente tem muita pica, mas é na mesa do café que toda a acção fica."

sábado, dezembro 23, 2006

Água ou Vinho

Sem ser necessário dissertar muito sobre o assunto a única pergunta que faço é esta: se em vez de ser a Estação Agronómica Nacional a titular da dívida fosse, vamos imaginar, uma casa de alterne como seria feito o pagamento da dívida à Câmara de Oeiras?

Para dar um detalhe de requinte à coisa - estilo incontornável de Isaltino - a dita garrafa de vinho custa no mercado 25,5€ mas será cobrada a 68€ a unidade para efeitos de liquidação, ou seja, o preço é inflacionado em benefício do infractor.

A contundente pergunta que inevitavelmente surge é para que raio quer a CMO 4000 garrafas de vinho!?

Saraiva e o Desemprego

Hoje na revista Tabu, JAS relata um episódio sobre o tempo de transição entre Expresso e Sol onde numa situação de desemprego lhe foi vedado o acesso a um cartão de crédito Citibank, exactamente por se encontrar desempregado.

Lembrei-me imediatamente da tenebrosa situação pela qual passei nos singelos dois dias que estive desempregado. Sim, dois singelos dias de desemprego bastaram para sentir na pele a situação humilhante que pode ser o desemprego.

Tendo casa própria e filhos não me podia dar ao luxo de andar por aí à escolha de emprego na minha área; inscrever-me no centro de emprego significava meses de espera não constituindo então opção. Receber um subsídio insignificante era também uma carta fora do baralho.

Comprei então o bendito jornal dos classificados. Nada.

Decido ir às empresas de trabalho temporário. E a aventura começa. De todas as que fui preenchi uma ficha de inscrição sendo depois questionado verbalmente sobre as últimas experiências profissionais, se havia possibilidade de indicar algumas referências etc.. Até aqui tudo bem. Na penúltima, expliquei os motivos pelos quais fiquei desempregado ao que a intragável senhora me responde com a peregrina pergunta: "Considera-se uma pessoa conflituosa?"

Fiquei perplexo. Hoje com serenidade, coloco esta pergunta na mesma prateleira de perguntas como: "Não acha que devia usar calças azuis com mais frequência?" Fico a imaginar quem é que responde sim a este tipo de pergunta. Para juntar a este cenário pitoresco mais alguma estupidez e ignorância há que frisar a postura superior e arrogante com que esta senhora se impunha na sua esplendorosa secretária.

Depois do beligerante questionário, marcou-me uma entrevista (!) para o mesmo dia. Lá fui, onde o senhor que me entrevistou devia ser da mesma família que a outra senhora; desta feita, perguntam-me se eu preciso de dinheiro. Calmamente, e mais uma vez dada a delicadeza da situação em que me encontrava respondi humildemente que sim. Nem vale a pena alongar-me muito sobre este tema, a descrição do mesmo reflecte a qualidade do entrevistador. Se eu preciso de dinheiro? "Não meu senhor, trabalho para aquecer."

No dia seguinte, lá encontrei trabalho. Alegremente confesso, fui à tal empresa de recrutamento onde a poderosa senhora me entrevistou, e disse-lhe: "Pode retirar o meu nome da base de dados. Já estou empregado." Ao qual ela respondeu com um seco: "Ok. Bom dia."

Enfim.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

A Frase

Apesar de achar que a direita está de um modo geral completamente "fora dela", é de realçar uma frase de Pedro Mota Soares digna de registo no último debate parlamentar: "(...)uma cegonha provocou um apagão em meio país". Agora assistimos ao apagão da ERSE, não feito por uma cegonha, mas por uma ave em vias de extinção." Partidos à parte, e tendo em conta a situação a que o Governo se expôs de uma forma infantil na questão da ERSE, o aplauso para esta frase é merecido.

Florimelo

Não pode Sr. Deputado, não pode.

Não Pode


Enquanto houver uma oposição de um calibre tão elevado quanto a minha perícia para contar até 600 ao contrário em mandarim, peço desculpa Sr. Branquinho, mas pode sim senhor.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Fotos e Afins

Ruben de Carvalho critica hoje no DN em artigo de opinião, a abjecta e pecaminosa forma como o Público expõe uma notícia relativa à homenagem a José Dias Coelho.

Faz então uma peregrina e tenebrosa analogia, insinuando que no diário de Balsemão não existe espaço para os comunistas. Tudo isto por obra de uma bendita foto que terá sido publicada no famigerado artigo e em que a companheira do homenageado aparece de costas.

Dan Brown depois de ter lido o artigo de opinião comentou: "Eu quando comecei a escrever na internet não tinha tanto jeito e acabei por me safar. Fico contente por existirem cada vez mais teorias da conspiração por esse mundo fora, e que eu tenha sido de certa forma uma inspiração para esta malta toda. Mais uma prova que uma boa teoria, como essa da foto de costas de que me fala (que com todo o respeito precisa de um pouco mais de elaboração), podem catapultar a nossa imaginação para as mais variadas formas de entretenimento social."

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Sr. Blanchard

Aparentemente, o Sr. Blanchard aponta o corte dos salários em cerca de 10% para aumentar a competitividade das empresas e consequentemente a sua produtividade.

1º: sempre que ouço esta do corte de salários, vem sempre de alguém que não se consegue governar com um ordenado mínimo para uma semana.

2º: o Sr. Blanchard diz que a solução para que se efectue corte de salários sem perca de dinheiro ao fim do mês reside na simples solução que é as pessoas trabalharem mais horas e dessa maneira receber o mesmo.
Sr. Blanchard, com o devido respeito e não pondo em causa a sua sapiência na matéria, a malta do sector privado já faz isso há muito tempo. Com o detalhe interessante, que não nos pagam mais pelas horas extra. Fazemos e mais nada. Se não quisermos, há uma pilha de currículos à espera de nos substituir.
Como diria o outro, é grátis mas não é de borla.

Concluindo, eu até acho que as suas ideias são boas Sr. Blanchard.. fazem todo o sentido, sem ironias. Não se esqueça é que para aplicar essas ideias o Sr. precisa de um país onde os governantes dêem uma ajuda na implantação de toda esta modernização que se fala do emprego: flexibilização, mais apoio social, etc.. Todos concordam. Fazê-lo é que já não é para todos.

domingo, dezembro 17, 2006

Terapias de Substituição vs Moda Antiga

Na era da tecnologia, dos avanços da ciência e da medicina onde novos medicamentos e esperanças emergem todos os dias começo a ficar com a ligeira sensação que a montanha pariu um rato.

Pastilhas, adesivos, inibidores sabe Deus de quê inundam os sonhos de fumadores desesperados; não é que estes produtos não resultem. Há casos em que sim, resulta. O problema é que de todas as pessoas com quem falei e que utilizaram este tipo de abordagem além de continuarem a fumar, agora não querem sequer saber de deixar; ficaram com a ideia de que "Bom, se com isto não dá, sem tomar nada é que não vai dar mesmo." Errado.

Partindo do principio que eu e voçê concordamos que o único motivo pelo qual alguém fuma é pelo simples facto de ser viciado em nicotina, não vejo como é que um produto que administra nicotina no corpo de alguém, leva esse alguém a desistir do que quer que seja. É a mesma coisa que um heroinómano dizer que parou de usar seringas e agora só utiliza prata para fumar, ou um alcoólico que deixou de beber pela garrafa para começar a beber pelo copo. O importante na cessação de um vício não é o meio de entrega da droga, mas antes a droga em si.

Se injectarmos um fumador via intravenosa com a dose que ele precisa de nicotina, ele não vai ter vontade de fumar.

Se lhe colocarmos um adesivo na pele com a dose que ele precisa de nicotina, ele não vai ter vontade de fumar.

Se lhe dermos uma pastilha para mastigar com a dose que ele precisa de nicotina, ele não vai ter vontade de fumar.

O acto de fumar é um simples meio de entrega como já disse. O seu cérebro deixa de o incomodar com sintomas de privação assim que a dose é entregue; ou acha mesmo que o seu cérebro é selectivo ao ponto de dar importância sobre o modo como voçê administra nicotina no seu corpo?

Repito, não quero dizer com isto que outros métodos não funcionem. Existem pessoas que deixaram de fumar com o adesivo ou com a pastilha; garanto-lhe contudo que são em menor número do que aquelas que deixaram de fumar sem suporte farmacêutico (chamemos-lhe assim). Se conhece alguém que deixou de fumar, pergunte qual foi o método que utilizou. As respostas serão na sua maioria "Deitei o maço fora e nunca mais fumei."

Relatório OCDE

Sobre o ensino superior, análise simples: tendo em conta as reacções do sector docente, conclui-se que as recomendações do estudo são para aplicar o mais rápido possível.

Flexital II

Em jeito de brincadeira numa notícia do Público de hoje, Nuno Cerqueira, um português a trabalhar na Suécia, diz que lá se pode ganhar um jogo de matraquilhos ao chefe e não ser despedido. Apesar do tom jocoso, esta situação ilustra bem, a relação chefia/subordinados que existe nos países nórdicos.

Quero apenas dizer que sem primeiro se incutir este tipo de mentalidade no tecido empresarial português, nenhum sistema funcionará, por melhor que seja.

Hilariante

Desculpe?

Ah pois é.

Boa Notícia

No meio de tanto agoiro e do habitual nacional-fatalismo não deixa de ser agradável assinalar este tipo de notícia.

sábado, dezembro 16, 2006

O Curandeiro

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Demoras




Segundo o DN Tema de hoje: "Antes do jogo, foram interceptadas conversas telefónicas entre Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (CAFPF) e Pinto da Costa. Este, segundo as escutas, sugeriu alguns nomes de árbitros "nomeáveis": Isidoro Rodrigues, António Costa, Pedro Henriques e Bruno Paixão. "Qualquer um destes três, escolhe", disse o presidente do FC Porto."

Mas que porra é preciso mais para agir em conformidade?

Notícia completa, aqui.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Sugestão Natal 2006

Não deixa de ser interessante este conflito acidental de notícias entre o Tribunal de Contas e outra comentada por alguns opinion makers na imprensa de hoje; o TC em auditoria ao Porto de Sines diz que não compreende como é que se gastou 203 mil euros na festa de Natal de 2002.
Os senhores da opinião criticam o facto de várias empresas do Reino Unido este ano não comemorarem o Natal com os seus empregados alegadamente por motivos de poupança de orçamento; sugere-se nestes artigos que a dita poupança não é mais que uma cedência dos valores ocidentais em favor do extremismo islâmico.

Com base em tais artigos, o Porto de Sines pode justificar os gastos de Natal para 2006 por motivos de reafirmação dos valores ocidentais. Melhor, só na farmácia.

Flexital

Pedro Adão e Silva no Diário Económico assina um artigo interessante sobre a flexibella; destaco o seguinte parágrafo: "Mas, isto não nos deve fazer esquecer que um dos principais problemas que enfrenta o mercado de trabalho em Portugal continua a ser o da distância que vai da norma escrita (muito protectora) à prática social (de facto muito precária). Rígidos na lei, flexíveis na prática, acabamos por viver no pior de dois mundos."

Artigo completo, aqui.

Prós e Carmonas



Do pouco que vi (a minha filha decidiu dar uma daquelas noites à moda antiga), deu para reparar que todos os problemas da CML não existem, que Lisboa está cada vez melhor e que todos os problemas apontados além de estarem evidentemente corrigidos, quando analisados com números e em profundidade, na verdade melhoraram.

Com Carmona, nada a temer (yeah right).

Não mexe!

Desculpem-me os leitores pela constante mudança de layout nos últimos dois dias. Vou-me ficar por aqui, quanto mais invento, mais trabalho tenho; resta resignar-me à minha ignorância referente a este sobrenatural mundo das páginas web.

domingo, dezembro 10, 2006

The Land of The Free

Não sei como postar um vídeo de modo a ser visível logo a partir do blog; podem visualizar a estupidez humana na sua máxima magnificência aqui.

Quer Ser Intelectual?

Recebido por e-mail:

*Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei. *
(Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és)

*Espécime avícola na cavidade metacárpica , supera os congéneres revolteando
em duplicado.
*(Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar)

*Ausência de percepção ocular, insensibiliza órgão cardial.
*(Olhos que não vêem, coração que não sente)

*Equídeo objecto de dádiva, não é passível de observação odontológica.
*(A cavalo dado não se olham o dente)

*O globo ocular do proprietário torna obesos os bovinos.
*(O olho do amo engorda o gado)

*Idêntico ascendente, idêntico descendente.*
(Tal pai, tal filho)

*Descendente de espécime piscícola sabe locomover-se em líquido inorgânico.
*(Filho de peixe sabe nadar)

*Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de
ingestão de espécie avícola.
*(Grão a grão enche a galinha o papo)

*Tem o monarca no baixo-ventre.
*(Tem o rei na barriga)

*Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro,
movimenta-os substancialmente em condições excepcionais.
*(Quem ri por último ri melhor)

*Quem aguarda longamente, atinge o estado de exaustão.
*(Quem espera desespera)

Aves Negras


O triunfo de ontem é dedicado a todos os que agoiravam a tranquilidade do jovem treinador leonino.

Dúvidas

Is Somebody Out There?


Numa clara alusão ao facto de poderem existir armas de destruição maciças na Lua controladas por "islamo-fascistas", George Bush, esse eterno salvador (podemos agora dizer do Universo!!), fez as seguintes declarações a propósito da instalação na Lua de uma colónia de humanos: "Os EUA preservarão os seus direitos, capacidades e liberdade de acção no Espaço; dissuadirão ou deterão outros de travar esses direitos ou de desenvolver capacidades com vista a isso; farão o necessário para proteger as suas capacidades espaciais; responderão à interferência; e negarão, se for caso disso, a adversários o uso de capacidades especiais hostis aos interesses nacionais dos EUA."

Correm rumores que Bush já conseguiu convencer Obi-Wan Kenobi, o Mestre Yoda, o Mestre Splinter (sim, o vetusto das Tartarugas Ninja) e também o saudoso Mr. Spock, a fazerem parte da expedição colonial em causa. Argumenta Bush que é preciso a ajuda de todos contra esta guerra global e nada melhor que estas personagens tão experientes para dar uma mãozinha. Questionado pelos jornalistas porque é que inclui Splinter na expedição, Bush diz que quer na Lua um território que não seja dominado de novo pelos concursos públicos de construção civil e respectivo lobby, dando assim lugar á vasta experiência do Mestre Splinter na construção do sistema de esgotos e abastecimento de água da Lua.

sábado, dezembro 09, 2006

Flexisegurança

Estará esta medida incluída no conceito?
Um interessante texto de Rui Rodrigues sobre as low-cost, via Bloguitica.

Acrobacia III


As manobras de Jardim continuam a surpreender. Primeiro, acusar seja quem for de chauvinismo, vindo de quem vem é no mínimo, irónico. Depois, ao ver que este exercício seria demasiado óbvio e de uma forma geral fortemente criticado pela sua simplicidade eis que Jardim sugere agora que o PR dissolva o Parlamento Regional e que se vá então a votos. Genial.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Observação

Apesar das minhas incursões por temas da actualidade, o propósito do blogue continua a ser o esclarecimento sobre o consumo de nicotina; quando alguém começa a planear deixar de fumar, muitas vezes pensa: "Toda a gente no trabalho fuma, o jardineiro fuma, a minha mulher fuma, porra até o 1º ministro fuma!.. Como é que vou aguentar dia e noite vendo todos a fumar?"

É verdade, que alguém que deixou de fumar recentemente quando vê alguém a fumar começa imediatamente a criar ilusões e fantasias sobre os cigarros, esquece todo o mal que lhe fizeram, esquece também os motivos (regra geral, nada agradáveis) que o levaram a deixar de fumar e toma lá, começa a fumar de novo. Em vez de começar automaticamente a sonhar com o cigarro perfeito que tal aguardar uma hora e observar um amigo fumador. Verá que naquela hora ele vai fumar vários cigarros em modo de piloto automático, ou seja, a fumar de uma maneira que você não quer fumar. Você, só quer um cigarrinho. Mas sabemos todos que fumar é uma preposição de TUDO ou NADA. Não existe "um cigarrinho."

A maioria dos fumadores nem sequer tem prazer na maioria dos cigarros que fuma. Se perguntar a um fumador quantos cigarros é que fumaria por dia se pudesse escolher ele responderia 2 ou 3. A seguir ás refeições, com um café ou depois de fazer sexo seria suficiente. Mas o fumador, consome 20, 30, 40 ou mais por dia. Para quê se 2 ou 3 eram suficientes? Se quer deixar de fumar, já sabe a resposta.

Fantasias, sonhos ou ilusões sobre o cigarro perfeito levam apenas a recaídas. É inútil pensar que fuma um e depois acabou-se de novo. Simplesmente, isso não existe. Quantas vezes já ouviu de alguém próximo: "Tive uns meses sem fumar.. fumei um cigarro num casamento, 3 dias depois já fumava 2 maços de novo." Este conceito é aplicável para pessoas que deixaram de fumar há 15 dias, 6 meses ou 20 anos. Um chega para voltar ao consumo antigo e rebentar com tudo.

Uma vez sem nicotina no corpo, mantenha-se assim. A mais leve forma de nicotina que entre no seu corpo é a garantia de todo o esforço pelo cano abaixo. Se tomar a decisão de deixar de fumar, não pense duas vezes se tomou a decisão correcta; se não tiver mais o que argumentar consigo próprio saia à rua e pergunte a todas as pessoas que encontrar se é melhor fumar ou não fumar. Parece estranho este raciocínio, mas a argumentação Eu vs Nicotina nas primeiras semanas consegue chegar a este ponto. A boa notícia é que esta argumentação não dura para sempre. Quanto mais souber o que é na verdade a nicotina, mais rapidamente consegue parar.

Leituras

-Kontratempos, Chávez, Reacções
-Incontinentes Verbais, Duas Boas e Pensamentos do Dalai Lama
-Barão de Tróia II, Regime de Excepção ou Talvez Não!

Censura

Diz-se por aí que a blogosfera é o local para discutir ideias sem preconceitos, bla bla bla.

O habitual discurso bonito é substituído em muitos blogues pela censura na caixa de comentários; já me aconteceu pessoalmente, e pelo simples motivo de discordar da opinião postada pelo autor do blogue em determinado tema. Não utilizando linguagem injuriosa ou grosseira não vejo o porquê da censura a não ser um simples silenciar de opinião.

Das duas uma: ou fecham a caixa de comentários ou então ficam sem moral para fazer posts desta estirpe.

Tem dias

Sinceramente, gosto muito de ouvir/ler o Professor. Sem ponta de ironia. Contudo, há alturas que não compreendo o seu facciosismo partidário; mais vale não dizer nada, do que criticar de uma forma digamos.. barata (sobre o Plano Tecnológico): "O tom geral é de euforia (execução a mais de 90% nos diversos eixos). Reconheço que, nos domínios electrónicos, a perspectiva é boa." E eis que, no mesmo parágrafo podemos ler: "Ou seja, mais parra que uva."

Partindo do pressuposto que os 90% de execução a que o Professor se refere pertencem a uma escala de 0 a 100, tenho dificuldades em compreender este belicoso exercício matemático.

Acrobacias II


Noutro tom e num contexto igualmente ridículo, outro especialista em acrobacia política, Ahmadinejad convidou diversos especialistas para verificar e debater a veracidade do Holocausto. Continua o seu brilhante raciocínio argumentando que se na Europa se pode fazer cartoons a banalizar o grande profeta, então no Irão vão tentar descobrir se houve ou não Holocausto.

Tenta descentralizar a irracional atitude de formar um "think-tank" com tais propósitos - dissecar um assunto com mais provas e evidências que qualquer outro acontecimento do séc. XX - questionando o porquê de serem os palestinianos a sofrerem com um problema que teve origem na Europa.

Argumentação estilo Homer Simpson, versão árabe.

Educação


Portugal tem finalmente a solução para todos os problemas que atingem os alunos do 12º ano. Aparentemente com o uso de providência cautelar e posterior decisão dos tribunais a favor dos alunos, os últimos alcançaram classificações de 19.5 valores e respectiva admissão no curso superior de Medicina.

Conselho para o próximo ano: massificação de processos em tribunal por incompetência e carolice de ministros, repetição das ditas provas e 95% de classificações superiores a 19 valores por motivos do conhecido síndrome de repetição de exames nacionais. Melhor, só na farmácia.

Acrobacias


Rumores obscuros levam a crer que sendo promulgada a lei das finanças locais, Alberto João Jardim numa suposta acrobacia política digna de relevo e só ao alcance de artistas como ele, irá demitir-se, provocar eleições antecipadas na Madeira, recandidatar-se e assim ganhar as eleições sem estar desgastado pelas verbas que deixará de receber.

A acontecer, só mostra que toda a majestosa grandiosidade que Jardim ostenta na sua tão afamada obra, provém essencialmente da literal mama que vai agora secar.

Detalhe: a confirmar-se tal proeza serão de novo dispensados dinheiros públicos para realizar eleições (leia-se acrobacias) por aquelas bandas.

O Povão



Em entrevista ao Sol para além de sabermos que Pires de Lima nunca comeria gafanhotos ou que sempre foi e citando-o "um pé de chumbo", ficamos também a saber que à pergunta "Lembra-se que idade tinha quando descobriu a masturbação?" Pires de Lima responde: "(...)Só faltava que por ser figura pública tivesse de contar a minha vida
íntima ao povão.
"

Recordo-me que o Sr. Saraiva havia dito antes do lançamento do Sol que o seu target seria não só os habituais leitores do Expresso mas também camadas mais jovens, designadamente os young adults. Será esse o "povão" a que Pires de Lima se refere?

Mais uns prilimpinpins

Mais do mesmo.. Os preços do tabaco vão aumentar como já estava de resto previsto no OE para 2007. A notícia vem acompanhada em alguns meios de comunicação com o soundbite "Consumo desce."

Lamento, mas o consumo desce na medida em que a contrafacção sobe bem como as idas a Espanha onde os cigarros são mais baratos. Apesar de pessoalmente reconhecer os malefícios que decorrem do seu consumo e ter um discurso no sentido de mostrar o que é realmente a nicotina, não é com aumentos que se vai lá.

domingo, dezembro 03, 2006

Allen Carr

Foi com tristeza que li no jornal sobre a morte de Allen Carr. Desconhecido para muitos, este senhor ficou famoso pela sua revolucionária abordagem acerca da cessação do consumo nicotina; chamava-lhe Allen Carr o "Easy Way", por considerar que qualquer fumador que tivesse uma noção clara e transparente do que era a nicotina e o seu consumo, deixaria naturalmente de fumar. Toda a sua teoria pode ser encontrada e lida através do seu livro Método Simples Para Deixar De Fumar.

Bem sei que o título faz lembrar os livros de auto-ajuda norte-americanos com taxas de sucesso de 0,01% nas matérias que pretendem dissecar, contudo não é o caso deste senhor. Allen Carr exportou a sua ideia para o mundo inteiro, as suas clínicas têm taxas de sucesso de 95% e compromete-se mesmo a devolver o dinheiro caso a pessoa não consiga deixar de fumar.

Eu pessoalmente, apesar de não subscrever toda a teoria de Allen Carr, expresso aqui a minha sincera homenagem a alguém que contribuiu de uma forma inegável e avassaladora para o fim de um vício que destrói milhões de vidas.

Ironia do destino, Allen Carr morreu com cancro do pulmão. Segundo os seus médicos não terá sido por todo o tempo que fumou, mas antes devido a um pormenor único das suas consultas: os fumadores de acordo com o seu método, podiam fumar durante as sessões (técnica a que Allen chamava de "deixar de fumar, fumando"). Todo o fumo inalado de forma passiva durante os anos contribuíram decisivamente para o fim de Allen.

Até mais.
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