sexta-feira, janeiro 12, 2007

Deixa o Fumo, Mantém a Chama

Eis o slogan de uma campaha publicitária de um produto que substitui o consumo de cigarros. O apelativo título diz tudo: é a prova cabal que a indústria da nicotina aproveita-se de um dos maiores mitos que existe entre fumadores que é o de acharem que são viciados em tudo menos no que está dentro dos cigarros.

Vicío de mão, vício de boca, o fumo a sair da boca, a pose, para relaxar, para acalmar, para passar o tempo, para tudo e mais alguma coisa.

Quando tem este tipo de conversa com amigos ou família quantas vezes ouve a palavra nicotina? Pouca ou nenhuma. Aquilo que leva alguém realmente a continuar a fumar é sempre deixado para segundo plano. O porquê é simples. Se não souber o que está a combater, tem menos probabilidades de ganhar.

Percebendo a nicotina, o vício termina.

Propaganda vs Esclarecimento

Depois de ler esta notícia começo a ficar com a ideia que os "esclarecidos", por norma cidadãos conscientes, civilizados, respeitadores das leis e da ordem e também das elementares normas de ética, racionalizam este tipo de questões - como é de resto natural - de acordo com os seus príncipios e com aquilo que acham correcto. So far, so good.

O problema é quando o tipo de ideia que exprimem não coincide com o comportamento típico dos demais cidadãos. Seguem-se os exemplos.

- Sinistralidade rodoviária: os cidadãos esclarecidos não concordam com o excesso de velocidade ou com o consumo excessivo de álcool enquanto se conduz. Somos campeões de mortos na estrada.

- Impostos: os cidadãos esclarecidos concordam com a tributação a tempo e horas, e aceitam o facto dos que não cumprem serem coagidos por esse motivo. Somos campeões de fuga fiscal.

- Endividamento: os cidadãos esclarecidos pensam que o crédito não é necessáriamente um monstro se usado de uma forma consciente. Também temos campeões na área.

Arrisco-me a dizer que os esclarecidos concordam com a liberalização do aborto mas temos uma grande probabilidade de nos tornar-mos campeões no assunto por motivos menos bons.

A questão à volta do aborto é querer tornar uma questão complexa em algo simples e lacónico. Muitos dos que vão votar "Sim" não aceitam que uma mulher aborte só porque "Sim." Mas vão votar "Sim", porque é impensável alguém ir preso por tal motivo. De acordo. Para contornar este aspecto, temos que escolher o 80 em vez do 8 e liberalizar a fundo?

terça-feira, janeiro 09, 2007

Sem Comentários

Investimento

Espera-se que depois do aviso não se percam em discussões eternas ou com a "pasta" a bailar entre gabinetes e nada se resolver; se queremos criar emprego, não se pode esperar que seja a CE a avisar-nos da nossa estroinice.

Notícia completa aqui.

domingo, janeiro 07, 2007

ETA, Zapatero, Direita e Bush

Certos blogues de direita reagiram ao este tema e diga-se de passagem, em perfeita sintonia (alinhados?). A ideia com que fiquei foi a de que ficaram mais satisfeitos por um 1º ministro de esquerda ter falhado negociações com os tais terroristas do que sensibilizados com aquilo que se passou. Entramos então no antagonismo falar ou não com terroristas.

Em alguns blogues diz-se que falar com terroristas é impensável (onde é que eu já ouvi isto?). A par com a debilidade e acefalia geral dos políticos em Portugal também alguns bloggers aparentemente falham no chamado campo das soluções ou medidas concretas. Criticam Zapatero porque as negociações falharam, dizem que falar com os encapuçados não é salutar e no fim lamentam as vítimas num mise-en-scène hipócrita. Sugestões? Como diz o outro: "Não sou pago para isso." E embota assim toda a filosofia da coisa.

Curiosamente, houve alguém de direita (pura e dura), que em vez do discurso "não dialogamos com terroristas" passou à prática com as repercussões que hoje conhecemos.

"Wanted: dead or alive."

O Ponto


Diz o bastonário da Ordem dos Médicos que o controlo de assiduidade através do celebrizado ponto vai apenas demonstrar que os médicos trabalham mais do que aquilo que devem. Em qualquer outro sector isto poderia servir como arma de argumentação junto do Governo para exigir mais condições, regalias, o que quer que seja. Mas neste caso não. O que o bastonário diz é que como trabalham muito, não é preciso ponto.

Para juntar à lista de citações e afirmações estilo Homer Simpson.

Substituição

Miguel Sousa Tavares no Expresso desta semana critica uma decisão dos tribunais onde é dada razão aos professores por não receberem as aulas de substituição como se de horas extra se tratassem.
Primeiro, é para mim uma novidade que horário de trabalho efectuado de manhã ou à tarde seja considerado horas extra; tenho que falar com a minha entidade patronal sobre o assunto a ver se tenho sorte e pinga algum.
Segundo, gostava de saber qual é a opinião destes indignados professores sobre deixar 30 miúdos à solta durante uma ou mais horas do dia, as quais serão aproveitadas em tudo menos algo produtivo.
Terceiro, quando se pedir medidas concretas para o que quer que seja em Portugal, lembre-se o Governo de consultar o parecer de 5 juízes para que depois as tais medidas concretas não se escoem pelos rios dos interesses instalados.
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Noutras paragens anuncia-se o fim do regime fiscal especial para a malta da bola. É uma profissão de desgaste rápido diz a rapaziada. Bem-vindos sejam ao clube caros amigos.

terça-feira, janeiro 02, 2007

O Cerco Aperta

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Um Dia De Cada Vez

Este conceito é aplicado em praticamente qualquer programa que vise a cessação de um vício, a recuperação de um evento traumático da vida pessoal ou qualquer outro tipo de conflito emocional.

Não é diferente quando quer deixar de fumar. Muitos têm dificuldade em aplicar este género de filosofia por acharem que o vício da nicotina não pode ser comparado por exemplo com programas de recuperação de heroína e nesse contexto usar as mesmas técnicas é ridículo. Pois bem, se tivermos então em conta que os cigarros matam mais que a heroína, a cocaína, o ecstasy, o LSD e os acidentes de viação todos juntos, o cenário e as medidas a serem tomadas provavelmente precisam de ser encarados com a mesma seriedade de outro vício qualquer.

No início, "um dia de cada vez" é um conceito muito mais forte do que "nunca mais vou fumar o resto da minha vida". Garantidamente. Pelo simples motivo, de um ex-fumador no princípio achar que a vida sem cigarros é uma tristeza e um vazio total.
Chega então um dia em que o ex-fumador chega (por sentir dentro de si mesmo) à conclusão que é melhor assim: sem nicotina. Contudo, de quando a quando, vai ter vontade de fumar: stress no trabalho, problemas em casa, convívio social (como a noite de ontem) etc.. A única coisa que precisa de dizer a si próprio é que hoje não vai fumar. Amanhã é outro dia para se preocupar com isso. Passado uns minutos já não se lembra do cigarro e no dia seguinte provavelmente já não se lembra de fumar.
É também importante chegar ao fim do dia e ficar orgulhoso por não ter fumado hoje. É uma tarefa difícil e como tal deve congratular-se por isso. Lembre-se, um dia de cada vez.

Eu próprio, que não fumo há bastante tempo, um dia destes a rever fotos com a esposa vi uma fotografia minha a fumar. Comecei, sem querer, a fantasiar. A pose e o estilo de cigarro na mão, o fumo a ser expelido perfeitamente da boca, enfim, uma patetice pegada quando dei por mim a pensar naquilo tudo; não foi mais do que a nicotina adormecida no meu cérebro a querer despertar. Em 2 segundos adormeceu de novo.

Bom Ano!

Feliz 2007




And thats that.
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