sexta-feira, janeiro 12, 2007

Propaganda vs Esclarecimento

Depois de ler esta notícia começo a ficar com a ideia que os "esclarecidos", por norma cidadãos conscientes, civilizados, respeitadores das leis e da ordem e também das elementares normas de ética, racionalizam este tipo de questões - como é de resto natural - de acordo com os seus príncipios e com aquilo que acham correcto. So far, so good.

O problema é quando o tipo de ideia que exprimem não coincide com o comportamento típico dos demais cidadãos. Seguem-se os exemplos.

- Sinistralidade rodoviária: os cidadãos esclarecidos não concordam com o excesso de velocidade ou com o consumo excessivo de álcool enquanto se conduz. Somos campeões de mortos na estrada.

- Impostos: os cidadãos esclarecidos concordam com a tributação a tempo e horas, e aceitam o facto dos que não cumprem serem coagidos por esse motivo. Somos campeões de fuga fiscal.

- Endividamento: os cidadãos esclarecidos pensam que o crédito não é necessáriamente um monstro se usado de uma forma consciente. Também temos campeões na área.

Arrisco-me a dizer que os esclarecidos concordam com a liberalização do aborto mas temos uma grande probabilidade de nos tornar-mos campeões no assunto por motivos menos bons.

A questão à volta do aborto é querer tornar uma questão complexa em algo simples e lacónico. Muitos dos que vão votar "Sim" não aceitam que uma mulher aborte só porque "Sim." Mas vão votar "Sim", porque é impensável alguém ir preso por tal motivo. De acordo. Para contornar este aspecto, temos que escolher o 80 em vez do 8 e liberalizar a fundo?
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