domingo, novembro 26, 2006

Desculpa

O maior inimigo de nós próprios é o nosso cérebro; nada de novo. Todos os que já tentaram deixar de fumar reconhecem-no e como diria um amigo ex-fumador: "Parece que um gajo tem duas personalidades!"

Então, em vez de ser paciente e tentar aprender algo com todo este processo a tendência natural é para racionalizar pensamentos que em circunstâncias normais nenhum sentido fariam. Este tipo de raciocínios levam, regra geral, a recaídas.
Claro, é mais fácil viver a vida com uma justificação para fumar ou uma para ter uma recaída. É bem mais fácil que agarrar os cornos do touro. Na verdade, e não tendo minimamente em conta o que dizem os "Ayatollah´s"da nicotina, não há desculpas para ter uma recaída.

Mesmo que ganhe algum peso, é necessário engordar 45 quilos para que o aumento de peso seja tão prejudicial quanto o consumo de tabaco.

Perdeu o seu trabalho, gastou todo o dinheiro que tinha, está na falência, não tem ninguém a quem recorrer. Voltar a gastar dinheiro num vício não parece muito lógico pois não? Nem lhe vai trazer mais euros para a conta, bem pelo contrário.

A sua mãe acabou de morrer numa cama de hospital, praticamente aos seus braços. Sente-se deprimido, triste, sem rumo. Apesar de todas as fantásticas qualidades atribuídas aos cigarros, não ouvi ainda falar da capacidade que estes têm em ressuscitar alguém. O que você precisa é de ou conversar com um amigo ou de ajuda médica.

Portanto, usar episódios "traumáticos" da vida para fumar é em rigor, ilógico. Deixar de fumar é a solução e não um problema. A nicotina não funciona como algo que o relaxa, relaxa antes a sua ausência.

Provavelmente, depois de todos estes anos, um fumador já não faz a mínima ideia do que é ser ele próprio. O perpétuo sobe e desce do fluxo de dopamina provocado pelos cigarros alterou a sensibilidade com que partes do seu cérebro lidam com este fenómeno. A dopamina, libertada para o organismo de um não-fumador através de simples processos como um abraço, respirar fundo, com um bom almoço ou durante o sexo. Até no sexo, parece que os cigarros tomaram importância tal que se tornou frequente entre amigos contar não as peripécias do acto, mas o quão bom foi o cigarro no fim.

Tudo o que acontecer na vida, tem que acontecer. Ter um cigarro na mão, não vai tornar a situação menos complicada. Tudo o que lhe é pedido aqui é que pense nos seus actos com lógica. Bem sei, que sabe bem de vez em quando, agir inconsequentemente, sem pensar no depois. Mas tantas vezes?
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